terça-feira, 17 de maio de 2016

Barriga de aluguer.

Ela, de barriga para cima, abria o compasso das suas extremidades e segurava-o pelo pescoço. Gozosa. Suspirante. Puxava-o. Abraçava-o. Ardia. Mordia-o. Batia-lhe. Afundava-o no seu baixo ventre. Era ali que o queria. Tinha-o. 
Ele nadava entre as suas ancas e movia a cintura para se encaixar na abóbada daquela caverna selvagem, sua. Possuía-a com religiosidade e avidez como se a noite fosse uma miragem e aquela cama uma tábua de salvação. Procurava profundidade, concentrado no domínio. Aquele corpo era a sua toca. Ela mordia os lábios enquanto ele a desenroscava por dentro e lhe espalhava nas coxas uma sementeira de beijos adocicados. 

7 comentários: