terça-feira, 14 de março de 2017

Cú de Judas



Esta última semana passei-a a fotografar árvores e pensava por lá ficar mais um par de dias, mas por motivos de compromisso cá da minha vida tive de voltar à grande cidade.
O choque é frontal. Onde havia ciprestes há pessoas, onde havia espaço há carros enfileirados a perder de vista, onde havia terraços voltados para o horizonte há esplanadas sombrias com mesas carregadas de gente, onde havia pássaros em chilreo há músicos de rua. Onde havia um mar levemente ondulado há gente que grita, gente ferida, gente que fere, gente que disputa lugares, gente que não sorri, gente sem rosto, gente curvada sobre si mesma, gente que ultrapassa pela direita, gente que pára sem travar, gente que muda de direcção sem dar sinal, gente que vai, gente que vem, gente que fica... gente, gente, gente.

Acreditem, eu não tenho absolutamente nada contra cada uma destas pessoas individualmente, mas quando se juntam em forma de multidão... às vezes abomino-as. Não sei se podia dizer isto? 
Mas vá lá, ganhei um bilhete para o Rodrigo Leão & Scott Matthew no Primavera Sound, vá lá.

30 comentários:

  1. Acho muito mal essa dupla ir ao Porto e esquecer o passeio marítimo... Não se faz. :)

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    1. É possível que não tenham sido convidados.
      :)

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    2. Apareça, Té. É dia 8 Junho. No dia seguinte é sexta-feira. :)

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    3. hum...se entretanto o calendário sofrer alterações e sexta passar a ser 13 de Junho - feriado! :)

      Impontual, depois não se esqueça e venha cá contar como foi muito bom ainda que a abarrotar de gente. Só para fazer inveja, da boa, OK!? :) Divirta-se e aprecie.

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  2. Valha-nos isso minha santa
    Gente... onde há gente há confusão.
    Kis :=}

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    1. É verdade, gente em excesso impede-nos de olhar para as pessoas.

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  3. Lá vais tu desfrutar de tal deleite, no meio da Gente, multidão...
    A vida é feita destes contrastes, e da nossa guerra individual com o mundo lá fora. Mas o importante é saber separar o trigo do joio e filtrar as impurezas da água, e viver a vida de bem connosco e com a nossa consciência, humana, moral e cívica.
    Aproveita bem o concerto e diverte-te muito. Decerto encontrarás por lá gente igualmente bonita.

    Gostei muito do título da tua publicação.
    Então vá fica um beijo e um abraço.

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    1. Na realidade estamos cercados pela coexistência.

      Abraço.

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  4. Às vezes também me custa descobrir, na minha cidade, calmaria e verde.

    tarde boa, Impontual

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    1. Bom era poder viver-se à segunda-feira nos jardins de Serralves, terça no Parque da Cidade, quarta na Praia da Luz, quinta à tarde uma infusão de rooibos na Rota do Chã e... sexta a gente aguenta, pronto.

      Boa tarde, Laura.

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    2. que bela lista, Impontual.
      Só acrescentaria os jardins do Palácio de Cristal :)

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  5. entendo-o muito bem, Impontual, e aqui o espaço ainda é arejado, excepto ao fim de semana e mês de agosto.

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    1. Bom era pender para a aproximação a um sifão misterioso que nos aspirasse para um outro mundo,campo aberto a outras euforias desmedidas.
      Sou capaz de pedir boleia à Capitã Cuca.

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    2. acha? não sei se me ia dar bem com euforias desmedidas...entretanto como amendoins de forma excessiva.

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    3. nem num outro mundo, campo limpo e aberto a outras euforias desmedidas? .)

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    4. fez-me lembrar: go outside, take off all your clothes, and run like there's no tomorrow...
      parece-me bem :)

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  6. Às vezes, é no meio da multidão que me sinto mais sozinha.

    Um abraço, Impontual

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    1. Absolutamente, Miss Smile. Não hÁ nada como poder-se pendurar a alegria nos ramos mais altos das alfarrobeiras.

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  7. De facto, a natureza com a sua desertificação humana dá-nos todo um outro alento, mas por outro lado, é praticamente só na selva de betão que temos a oportunidade de ouvir maravilhas como a dupla fabulosa que referiu. Já os vi, numa sala de espetáculos fantástica em Coimbra, vai gostar :))))
    Boa tarde, Impontual :))))

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    1. Na urbe,Tudo urge... tudo ruge.

      Obrigado.
      Boa tarde, Sinfodónica.

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  8. É fugir de novo em busca das árvores. :)

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  9. Eu não entro em pânico, mas confesso que me sinto desconfortável quando a multidão me engole. Por isso quero uma casinha no campo, para vestir-me de céu e colocar estrelas no bolso do coração. :)

    Deixo-te um beijo, I. :)

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    1. Absolutamente. Antes num mundo a céu aberto, nú, indefeso do que engolido pela multidão.

      Abraço

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  10. Cada vez mais à minha necessidade de férias, é férias de gente. O silêncio é uma coisa tão boa de ouvir... E os nossos pensamentos conseguir ouvi-los até ao fim ou poderem não ter fim... Ahhhh férias, agora apetece-me... Bahhh não se faz, Impontual... ;)

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    1. O que a Olvido queria era ir de férias e voltar só quando se encontrasse.
      Só se for uma licença sem vencimento. .)

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    2. ... Se fosse com vencimento era melhor, pode ser?? Mas não garanto que me encontre :)

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  11. Vi esses dois no coliseu de Lisboa. Foi assim bonito, bonito, bonito.

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  12. É por essas e por outras que pego na bike e fujo para a serra e para o mato sempre que posso. Além de encontrar muito verde, muito ar e quase ninguém ainda me encontro a mim mesma :)

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