segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Sabem aquelas pessoas ?

Que porque se dão mal com ausências injustificadas, com a falta de respostas, com silêncios enlouquecedores, com desaparecimentos. Nunca o mereceram, são naturalmente transparentes e se andam sufocadas para dizer, havia sempre uma forma de o saber - olhando-as nos olhos, e bastaria isso para que pudessem dizer tudo. E tinha de ter sido dessa maneira. Não sendo, e esperando que o dano seja o menor possível, apresentam automaticamente a sua demissão de uma história que nunca o foi. Sabem?
Por vezes gosto de gente assim, outras não dá jeito nenhum.

19 comentários:

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    1. ana, reparou que este Inverno escolheu ir-se embora pelos caminhos de dentro?

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    2. não. tenho andada distraída pelo dentro dos meus caminhos

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    3. Para quê perceber o que se passa lá fora se tudo acontece cá dentro? Perdida no lado de dentro! Ainda gosto mais.

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  2. é um desatino, Impontual. nem queira saber.

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    1. percebo o desatino. é inconcebível as coisas de dentro, por vezes, não terem nome.

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    2. nunca tinha pensado nisso. as coisas por dentro não precisam de nome.

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  3. Muitas vezes não é fácil dizer, olhos nos olhos, o que nos vai na alma. Estarei errado?
    .
    * É o teu coração um poema sem rima *
    .
    Tenha um dia feliz.

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    1. Do mesmo modo que não creio que uma membrana, por mais fina e transparente que seja, possa reflectir o pensamento também não há-de facilmente reflectir o âmago. E depois...é tão fácil manipular o paradoxo.

      Obrigado, Gil António.

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  4. Sei. Às vezes sou um bocadinho assim (talvez um bocadinho mais que um bocadinho) e se queres saber não dá jeito nenhum. Se irrita os outros, irrita-me ainda mais a mim.... Isto aqui do lado de dentro não é fácil....
    Enfim...

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  5. Então, não haveria de saber se eu sou uma dessas pessoas?
    Exceptuando a parte da demissão da tal história, que nunca o foi.
    Embora, já me tenha demitido, e demitido, a maioria daquilo que foi perdendo, para mim, o interesse...

    Boa semana, Impontual.

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    1. Quem nunca se demitiu? Aliás passamos grande parte do nosso tempo em demissões e admissões.

      Bom dia, Janita.

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  6. Gosto de cá vir porque nunca sei se percebo (a)onde quer chegar, ou se quer, sequer, algo, chegar ou não, ou outra coisa, qualquer. Fico-me pelo que que me soa, evoca, e isto evoca-me ausências injustificáveis. Depois há aqueles que as acolhem e não se demitem, e há outros que não estão para isso. Eu sou das que desaparece e por vezes volta sem esperar perguntas, e daquelas que não se demite de acolher quem se retira. Isto seria totalmente verdade se não houvesse abandonos antigos pelos quais esgadanhei motivos... e regressos que descartei. Se calhar há quem possa dar-se a certos luxos, como este do vai-lá-à-tua-vida-quem-sou-eu-para-pedir-justificações , e outros, ainda no limiar de mínguas emocionais, que de tal não estão capazes.
    (nota biográfica uma beca mais específica - aqui há uns anos diz-me assim um amigo, daqueles com quem as justificações já deram o que tinham a dar, sabes que fulano de tal está um bocado fodido contigo, e eu ai sim porquê, pelos vistos tinha por várias vezes tentado contactar-me e que eu nada nem devolvia as chamadas. então liguei-lhe e disse ó fulano não leves a mal, eu às vezes fecho o tasco e não estou para ninguém, e ele perdoou-me. ainda no sábado passado estivemos todos juntos, o que até me deu um certo jeito)

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    1. Gosto muito que a LK cá venha, porque também nem sempre a percebo. Mas quase sempre que a não percebo fico a pensar. Eu gosto de ficar a pensar - o que por si é também toda uma outra minuta que nos atira para demissões e admissões, por vezes readmissões.

      Nota de rodapé: Por outro lado as palavras "ir embora", que deveriam ter o efeito de um grande alívio, são quase sempre interpretadas pelas pessoas e pela sua mente baralhada como se fossem o tiro de misericórdia. Como se o mundo fosse um barco e as atirassem borda fora.

      Nota de rodapé 2: partir é diferente de ir embora.

      Aceita um abraço?

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  7. Por vezes os silêncios impõem-se, quando a percepção dos actos esgota as palavras...

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    1. Ás vezes deixo-me calado. Mas na realidade detesto o silencio. É sinal que ficou alguma coisa por dizer.

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    2. Muitas vezes os actos falam mais que as palavras e tornam-nas supérfluas. Talvez a demissão seja apresentada porque há uma consciência de que as palavras que não chegam foram roubadas...
      Isto claro, é uma mera conjectura, uma vez que não sei ao certo do que fala, mas sei que há sempre 3 lados para cada história, sendo que um deles, a verdade, não depende dos outros dois, a narrativa de cada um dos lados opostos. Afinal, a nossa percepção é sempre tendenciosa, mesmo quando sabemos que, no fundo, podemos até ter a culpa do silêncio, embora seja difícil de admitir que podemos não ter toda a razão!
      O Homo Sapiens Sapiens é um animal complicadamente simples!

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