sexta-feira, 24 de maio de 2019

Abstencionismo

É certo que se tem vontade, necessidade, que o mundo seja branco ou negro, que os homens sejam inocentes ou culpados, santos ou escumalha. É uma cisão que dá segurança. Cada um tem o seu modo de vida, tem o seu papel. O cinzento, isso é que não é assunto nosso. O intermédio não se sabe bem onde se encontra. As fronteiras devem estar claramente estabelecidas, desenhadas. Consoante o lado onde cada um se encontra, assim se é capaz de dizer a que campo se pertence. Tem-se necessidade de coisas límpidas, e legíveis, e duras. No entanto, a mim, acontece-me acreditar que a realidade é mais contrastada. Aprendi que a luz e a sombra são indissociáveis. Aprendi que é preciso fazer escolhas na base da tridimensionalidade. Na sombra própria e na projectada. Apreendi a puxar-me as orelhas. Vou lá. Mas percebo quem não vá. Quem não queira ir. Quem não queira puxar as orelhas.

3 comentários:

  1. Uma recomendação, se me permite: assista ao filme "Sete minutos depois da meia-noite." Na Netflix.

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  2. Também tenho o poder e a autoridade de puxar-me as orelhas. :)
    Por isso também vou lá.

    Bom fim de semana, Sr.Impontual

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  3. Até a abstenção é um direito mas quem o exerce não deve depois queixar-se, mais calar-se...e o Sr. Impontual deve apreciar mais outros silêncios.
    ~CC~

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