quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Caverna

Por muito que nos oiçam e esmiucem as nossas confusões em fragmentos pequenos, tão pequenos que não possamos fazer outra coisa senão sorrir. Por muito que nos ofereçam música que nos comove, leituras de poemas que nos dizem que é de nós que está a falar, e é de nós. Por muito que nos ofereçam livros que vão para além da limitação das palavras. Por muito que nos mostrem caminhos que dão outros significados à vida. Por muito que nos possam oferecer, se não nos oferecerem a emoção da caça, aquelas cocegas na barriga e a certeza-incerteza de saber se a presa será ou não nossa. Nada feito.

4 comentários:

  1. Agora percebi porque decresceu o número de caçadores - Chegou a vez da caça...
    :=))

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  2. "Como renegar a caverna, meu caro?" a propósito da ruiva, foi-me dito hoje.

    Sim, é da nossa natureza. E é bom. Muito bom.

    Admito, às vezes sem "fome". Só saber se a presa cede, só caçá-la.

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  3. Cavernas há muitas, ó palerma!
    (como diz o outro sobre os chapéus)

    Bem caçado estás tu, sem o saberes, na Caverna de Platão.

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  4. E por vezes trata-se de um je ne sais quoi.
    Boa tarde, Impontual
    Como estás?

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