Enquanto lá fora o céu, baixo, esvaziava o seu ventre, os seus excrementos, num aguaceiro amarelo de enxofre vulcânico semelhante à urina, invadiu-a um desejo cheio de fervilhantes impaciências. Os excessos daquela natureza oceânica que crepitava sob gotas grossas, fazia eco aos seus enormes apetites. Indiferente a tudo, Graciosa sentia agora não só a febre de comer aquele homem, aquela fome indescritível que por vezes sentem as mulheres inconclusas, mas também a de ouvir, inteirar-se das lavas internas, daquilo que assoma para fundar uma pessoa, ir de uma alma a outra, partilhar o dom da oferenda reciproca da fala, da escuta e... da absolvição.
Dueto perfeito, Impontual :)
ResponderEliminarimpontualmente perfeito.
EliminarSenhor Impontual, tem que cumprir uma penitência para ser absolvido: sozinho ir a pé até Fátima por vias secundárias. Nada de amontoados e palreios de pessoas cujo único treino, meritório adiante-se já, que conhecem é a maratona da vida. Leve um saco cama, um bordão, um cantil, umas amêncoas, nozes e uns nacos de bom pão. Lá chegado reze um pai nosso e três avé-maria. Acredito que será absolvido
ResponderEliminar:)
Desde que seja uma absolvição incondicional - que permita voltar ao pecado, faço tudo. Até como amêncoas.
EliminarSomente o Impontual saberia descrever, de forma tão bela e erótica, toda a graça infinita da ilha Graciosa. :)
ResponderEliminarComo vai, Impontual?
Ora...ora!! Por favor, retire "TODA" da graça infinita da Graciosa...Valha-me Deus!!
EliminarVou Herberto, Janita.
EliminarCom uma furibunda melancolia,com uma furibunda concepção. Com
alguma ironia furibunda.