Voltamos à grande cidade, na tarde. Alex conduziu o automóvel com a desenvoltura de um rapaz. Pelo caminho foi observando o voo baixo das gaivotas novas. O seu belo rosto enrugado reflecte imensa serenidade. Cumprimentou pessoas pelo caminho, na tarde. Agora, já noite cerrada, à mesa da sua sala, perante o meu entusiasmo com a região, conta-me que a beleza tem o poder de opor resistência à agressão - é certo, mas tempos houve em que não havia dias incomparáveis, requebrados, mansos e absolutamente ternos. Diz-me que aqui todos os dias possuíam no seu bojo uma crueldade latente que frequentemente explodia. Era um reino de silêncio, mas de frias cumplicidades. Um reino de alaridos calados e também de mudas catástrofes. Aqui as pessoas não se preparavam para a felicidade. Brindamos, com patxaran, a longos anos de vida. Dos quais, trinta, passados aqui.
Brindemos sim! Cada um com os seus.
ResponderEliminarÀ história de cada um, à forma como a viveu, ao que conseguiu transformar.
E às gaivotas, juvenis, que pouco sabem da terra e do mar, mas que voam (aparentemente livres - mas sem a consciência da liberdade) com a sabedoria herdada nos genes.
Esqueça lá o palavreado todo e fique só com o brinde!
Eliminar:)
Tchim tchim!