Passaram os dias, passaram as noites. O sol aquece agora nas vidraças das janelas. Inês aponta na apostila umas notas de vida livre. Não pode introduzir-lhe notas da sua alma passada. Angustia-se, volta a interrogar-se sobre se tem ou não uma alma e os seus limites assustam-na uma vez mais. Inês é livre e isso deveria bastar-lhe. Vitoriosa também, porque ignora e despreza os antigos moldes que aprisionavam a sua vida, o seu pensamento, tudo, tudo. Deveria responder a esta pergunta: sou um novo ser, sou uma outra? estou verdadeiramente liberta? Não, conclui sem tristeza. Limitou-se a forjar uma armadura.
Talvez a proteja, quem sabe.
ResponderEliminar...uma armadura que a protegeu e agora, sem necessidade de a usar, a faz sentir-se perdida e insegura, talvez.
ResponderEliminarViva, Impontual!
Meu Amigo Impontual, gosto muito da Inês, não seja o nome da minha primogênita :)
ResponderEliminarEste prisão domiciliária está a dar comigo em louca, mas apercebi-me que vivi a minha criancice e a minha juventude em pleno e com a liberdade consciente que um pai concede ao filho. Agora em idade madura, ainda há muito para viver, aguardemos pela liberdade pós Covid, porque a outra sempre me assistiu :)
Boa semana