Depois de lutarmos toda a noite, as sombras, escravas dos nossos corpos, fingem-se hostis. A manhã chegou depressa. O vento sopra em rajadas, a chuva bate nos pavimentos que o farol ilumina intermitentemente, o mar está agitado, parece reclamar cadáveres. Conservamo-nos no calor artificial da casa, na luz amarela, entre paredes que nos protegem, na intimidade reencontrada, reconquistada. Olho-me no reflexo da vidraça da janela. Tenho a fadiga estampada no rosto, mas é uma fadiga serena, confiante, uma prostração pacífica. Deixo-me tombar sobre o colchão ainda quente. Observo os sinais dos seus ombros. Sei que já nada mudará de ora em diante.
Partiremos no primeiro ferry.
Na verdade, o ontem é já é passado e nada o mudará. Já no que respeita ao futuro eu, não consigo ser tão definitiva.
ResponderEliminarBoa tarde, sô Impontual
Aceitar como definitiva e absoluta qualquer definição é uma mentira categórica que infligimos a nós mesmos. Faz bem em não se meter nisso.
EliminarEstá de chuva. Como está a encarar este dia cinzento, noname?
*Ferry*-tale?
ResponderEliminarVivemos uma época propicia a isso. Um pé no conto de fadas outro no abismo.
EliminarPara si, Teresa:
https://www.youtube.com/watch?v=j9jbdgZidu8
E um abraço. Já aceita?
Lembra-se disto?
Eliminarhttps://m.youtube.com/watch?v=RROktdbGYn4
Perfeitamente, Teresa. :)
EliminarUm pecado definitivo (aproveitando ali a deixa da noname).
Obrigado.
Há noites com tempestades assim. O ferry pode ser a bonança. Sem quaisquer certezas.
ResponderEliminarBom início de semana
Não temos certezas, mas temos o mapa das nuvens.
EliminarBoa semana Maria Dolores. :)
Cheira-me a publicidade enganosa[risos]
ResponderEliminarBom entardecer, Impontual.
EliminarBem sabe a Estimada Perséfone que que um mau produto precisa de uma boa campanha publicitária. Não é assim? :)