Chama-se Alípio. Tem cinquenta e três anos, uma idade embaraçosa que hesita entre duas perspectivas da existência, dois mundos contraditórios. Os traços do seu rosto ganham todos os dias mais uma delgada camada de idade. Consume regularmente fosfato de disopiramida, cloridrato de propanolol e, como toda a gente, deixou de fumar. Vive sozinho, janta sozinho, envelhece sozinho, embora se esforce por manter o contacto com os seus dois filhos e o seu neto. De resto, o tempo encarregar-se-á de piorar o que já estava ruim.
Ainda bem que é um dia de cada vez. Com este calor, dois... Alípio não aguentaria.
Força, Alípio! Nem tudo se tornará ameno, mas as temperaturas talvez!
ResponderEliminarApreciei este seu texto.
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