Espero que não, Impontual. Se assim for, gostamos apenas de um recetáculo a preencher com as nossas próprias fantasias. Aquilo que gostamos nos outros, penso eu, são pormenores irrepetiveis. Gestos, sorrisos, um certo tipo de humor, uma forma de tocar no pulso, um qualquer olhar. Isso e o tipo de quotidiano que aquela pessoa nos permite. Se estiveres certo, é tudo muito triste.
Lá está Cuca. Aquilo que gostamos nos outros é o lugar que ele nos proporciona para alojarmos as nossos anseios. Depois dá-se a convivência e a convivência revela o bem e o mal. O tempo, depois, por sua vez, revela a sustentabilidade. Isto é quase trivial, pese embora a subjectividade da afirmação
Cuca, não está certo, estás mais certa tu, nas palavras que escreveste. O que se passa é que se cede muito, diria mesmo, demasiado, ao desgosto, à tristeza. Ensinaram-nos tudo ao contrário e raramente tentamos outras perspectivas. E o mundo, esse, o nosso, também tem gente magnífica dentro :)
Man With a Chair, am i right (pergunta que não aguarda resposta :)?
Entendo e concordo,de certa forma. Onde não "cabes" não há espaço para ti... Mas nem sempre ficamos no espaço que nos dão. Por vezes precisamos, e a custo, de "arranjar" o nosso próprio espaço. Gosto particularmente da palavra conchinha. Faz-me lembrar aconchego, conforto, calor, amor. Gosto de pessoas que não têm "espaço" para mim. E não vou deixar de gostar por isso... Já de conchinha.... Isso, só com quem gosto. E muito!!
Mafalda, gosto muito de uma frase de Vergílio Ferreira que diz : " Ama-se a vitória difícil, porque a derrota lhe preenchia quase todo o espaço possível. E foi com o que restava que se venceu em todo ele."
Se esse espaço que abrem para as nossas fantasias for o espaço das realidades do outro, acho óptimo. Se a realidade dele nos encher as medidas até à fantasia, é uma combinação muito prometedora, onde cabem esse modo único de olhar, aquele gesto tão próprio como uma assinatura, um humor onde encontramos o nosso riso, tudo isso... Aí sim. Boa noite, Impontual
Claro, Olvido. Esse espaço tem de ser o espaço da realidade do outro. Ninguém quer viver em condições precárias. Mas muito menos debaixo da ponte. Por vezes acontece.
Acho que há uma parte de verdade no que escreveu. Isto não invalida que, pelo meio, não exista afeto, cumplicidade, amizade, amor, respeito e um vasto número de coisas palpáveis e respeitáveis. Mas todas as relações são embaciadas por associações e idealizações que se estabelecem e isso não tem de ser necessariamente mau. É apenas humano. Nem sempre é um processo consciente, mas há alguma tendência no ser humano (nuns, mais do que noutros, é certo) para construir “jaulas” onde mantêm o outro aprisionado das suas necessidades, pensamentos e desejos. É uma ilusão, um simulacro, mas pode ser uma ilusão necessária, como aqueles heróis de Troia que lutaram por uma Helena fantasma.
Miss Smile, a afirmação é susceptível de ser interpretada de várias formas no entanto devo dizer que gostei muito da sua interpretação da mesma. Subscrevo quase tudo o que diz. Pousar o olhar sobre o outro, vê-lo tal como ele e dar. Dar, receber, dar, receber. Um vaivém muito mais perigoso que a vivência carnal em si. Débito-crédito, crédito-débito, débito-crédito. Os números, por vezes, alinhavam-se e apresentam-se ameaçadores. A divida parece sempre exorbitante.
Muito bem pensado.
ResponderEliminarBeijo.
http://sentimentalismodesmedido.blogspot.com.br/
Obrigado.
EliminarNão pode ser só e apenas,carinho, aconchego, cumplicidade?
ResponderEliminarpergunto eu...
Boa tarde (im)pontuasl
Pode, desde que haja onde as anichar. Digo eu...
EliminarBoa tarde, noname.
Então: apenas gostamos do outro se nele encontrarmos esse tal vazio que preenchemos connosco?
ResponderEliminar... se nele encontrarmos um vazio às medidas das nossas fantasias. Quem diz fantasias, diz idiossincrasias.
EliminarImpontual, estou a pensar nisto... Tenho dúvidas e não faço essa associação imediata.
ResponderEliminarIsabel,
EliminarNão é uma associação que se faça de imediato. Tem tempo.
Como está?
Estou à espera do sol. Não vem?
EliminarAqui na zona setentrional onde me encontro o tom predominante do céu é chumbo. Não promete. .)
EliminarEspero que não, Impontual. Se assim for, gostamos apenas de um recetáculo a preencher com as nossas próprias fantasias.
ResponderEliminarAquilo que gostamos nos outros, penso eu, são pormenores irrepetiveis. Gestos, sorrisos, um certo tipo de humor, uma forma de tocar no pulso, um qualquer olhar. Isso e o tipo de quotidiano que aquela pessoa nos permite. Se estiveres certo, é tudo muito triste.
Lá está Cuca. Aquilo que gostamos nos outros é o lugar que ele nos proporciona para alojarmos as nossos anseios. Depois dá-se a convivência e a convivência revela o bem e o mal. O tempo, depois, por sua vez, revela a sustentabilidade. Isto é quase trivial, pese embora a subjectividade da afirmação
EliminarCuca,
ResponderEliminarnão está certo, estás mais certa tu, nas palavras que escreveste. O que se passa é que se cede muito, diria mesmo, demasiado, ao desgosto, à tristeza. Ensinaram-nos tudo ao contrário e raramente tentamos outras perspectivas. E o mundo, esse, o nosso, também tem gente magnífica dentro :)
Man With a Chair, am i right (pergunta que não aguarda resposta :)?
Alexandra, as respostas pouco interessam. O que conta é que um anseio preceda um anseio melhor. E haja um lugar vazio para o alojar.
EliminarEntendo e concordo,de certa forma. Onde não "cabes" não há espaço para ti...
ResponderEliminarMas nem sempre ficamos no espaço que nos dão. Por vezes precisamos, e a custo, de "arranjar" o nosso próprio espaço.
Gosto particularmente da palavra conchinha. Faz-me lembrar aconchego, conforto, calor, amor.
Gosto de pessoas que não têm "espaço" para mim. E não vou deixar de gostar por isso...
Já de conchinha.... Isso, só com quem gosto. E muito!!
Mafalda, gosto muito de uma frase de Vergílio Ferreira que diz : " Ama-se a vitória difícil, porque a derrota lhe preenchia quase todo o espaço possível. E foi com o que restava que se venceu em todo ele."
EliminarSe esse espaço que abrem para as nossas fantasias for o espaço das realidades do outro, acho óptimo. Se a realidade dele nos encher as medidas até à fantasia, é uma combinação muito prometedora, onde cabem esse modo único de olhar, aquele gesto tão próprio como uma assinatura, um humor onde encontramos o nosso riso, tudo isso... Aí sim.
ResponderEliminarBoa noite, Impontual
Claro, Olvido. Esse espaço tem de ser o espaço da realidade do outro. Ninguém quer viver em condições precárias. Mas muito menos debaixo da ponte. Por vezes acontece.
EliminarDúvidas. Muitas dúvidas... há deles que nem gosto!
ResponderEliminarO problema das nossas vidas é exactamente o rácio resultante das dividas e certezas.
EliminarAcho que há uma parte de verdade no que escreveu. Isto não invalida que, pelo meio, não exista afeto, cumplicidade, amizade, amor, respeito e um vasto número de coisas palpáveis e respeitáveis. Mas todas as relações são embaciadas por associações e idealizações que se estabelecem e isso não tem de ser necessariamente mau. É apenas humano. Nem sempre é um processo consciente, mas há alguma tendência no ser humano (nuns, mais do que noutros, é certo) para construir “jaulas” onde mantêm o outro aprisionado das suas necessidades, pensamentos e desejos. É uma ilusão, um simulacro, mas pode ser uma ilusão necessária, como aqueles heróis de Troia que lutaram por uma Helena fantasma.
ResponderEliminarUm bom fim de semana, Impontual
Miss Smile, a afirmação é susceptível de ser interpretada de várias formas no entanto devo dizer que gostei muito da sua interpretação da mesma. Subscrevo quase tudo o que diz. Pousar o olhar sobre o outro, vê-lo tal como ele e dar. Dar, receber, dar, receber. Um vaivém muito mais perigoso que a vivência carnal em si. Débito-crédito, crédito-débito, débito-crédito. Os números, por vezes, alinhavam-se e apresentam-se ameaçadores. A divida parece sempre exorbitante.
EliminarObrigado por ter vindo.
Um abraço
A minha conchinha tem o espaço exacto para quem amo. E se é bom!
ResponderEliminarBoa noite, Impontual :)