É ridículo ser um ser que foge. Alguém que tenta esquecer, mas que não sabe o que fazer com a recordação. Alguém que se furta e esconde e do seu esconderijo observa e engana, que desconfia, que recorre a miragens, alguém tão incoerente ou tão frágil o suficiente para se entregar aos dias deixando-os passar. Alguém que não sabe como enfrentar a vida e tão estúpido ou tão inconsciente o suficiente para não se sentir derrotado. Alguém a quem não falta a esperança, mas incapaz de a construir por si mesmo, alguém que prefere esperar apesar das incertezas da espera, alguém que confia que se encontrem as soluções sem a sua intervenção. Alguém que sente medo. A quem atemoriza a passagem do tempo, mas que permite que ele decorra vazio. Alguém incapaz de se esquecer de si mesmo, e suficientemente fátuo para se deleitar com a temeridade.
É ridícula esta inata catarse aristotélica da teatralidade da limitação e do renascimento, da máscara e do mascarado.
Mas...quid faciemus?
Assim de repente vislumbrei o Fantasma da Ópera.
ResponderEliminarTarde boa, Impontual.
Esse conto apócrifo é uma brincadeira à beira disto ? :))
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCredo, como me identifico com esse ser ridículo.
ResponderEliminarquid faciemus, LK? :)
EliminarEm matéria de quo vadis (é mais a minha cena), diria que vou ali e já venho. Sendo para quid faciemus, olhe, diz que vai ficar tudo bem. E eu acredito.
EliminarMuito interessante está reflexão.
ResponderEliminarArthur Claro
http://www.arthur-claro.blogspot.com