quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Poltrona de Orelhas

O que nos protege do olhar alheio, por vezes, é o que congeminamos no nosso cadeirão favorito enquanto lemos, ouvimos música ou olhamos o declinar vespertino da luz através das janelas cobertas de cortinas de linho. Estamos em condições de consentir espaço para mais alguém além de nos próprios? A que padrão obedece a perenidade do nosso silêncio? O que esperamos? 
Há gente capaz de tudo para conseguir uma só coisa. Há gente que cede tudo e se reduz a um balão de ar, desde que os deixem ser senhores daquilo a que dão relevo.

Chega a ser... não direi humilhação, mas uma intromissão que nos oiçam a música da nossa vida.

7 comentários:

  1. Os momentos sozinha são mais do que um prazer uma necessidade.
    Não sei o que aconteceria à minha saúde mental se não os tivesse!
    (e muito gosto eu de cadeirões de orelhas!)

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    1. A propósito, qual é a música da sua vida, Boop? :)

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    2. A música da minha vida?
      Para além das ondas? Do vento? Da chuva a cair? Do bater do coração da pessoa com quem divido a cama? Do respirar sereno dos filhos?
      ....
      ...não lhe sei dizer Sr Impontual...

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    3. Tem uma belíssima banda sonora de vida,Boop. Parabéns.

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  2. Respostas
    1. Caríssima Perséfone, conhece o poema de Natália?
      "Por dentro me ilumino, sol oculto, por fora te ajoelho, corpo místico.
      Não me acordes."
      :)

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    2. "Até encontrar o teu gosto"

      [na continuação de Natália Correia ]

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