sexta-feira, 30 de abril de 2021

Ainda antes que o dia acabe

Ver os seus olhos fecharem-se de sono antes dos meus, a fim de poder, como agora, murmurar-lhe palavras que vão afagar o seu rosto, a sua nuca, tal qual um demónio protector, escutar a sua respiração apaziguada e dizer-lhe que a nossa dança está ainda para começar. 

4 comentários:

  1. Quando a gente gosta de alguém sonha vê-lo dormir, estar indefeso e inocente. Supomos que seja uma visão bonita e íntima (às vezes é apenas um ressonar incómodo, mas enfim). Se um amor se desfaz ou torna impossível - a vida tem destas enormidades -, pensamos que não o veremos morrer e isso entristece-nos - como se ver morrer alguém de quem se gosta seja agradável, quando talvez fosse melhor pensar que a separação nos poupa desdita maior. Mas nada a fazer, é como se esperemos no outro a companhia em momento crucial, o último de verdade. Que, bem vistas as coisas, partimos sempre à unidade, sozinhos. Que ideia será esta de um amor a fazer-nos a última companhia, não sei, não há razão que a explique. Mas existe.
    Bom dia, senhor Impontual.

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    1. Bea, obrigado por ter vindo.
      Prefiro sempre ver o amor pelo lado da vida e do que hà para viver. Mesmo sabendo-nos permanentemente em cima do andaime periclitante.

      Aceite um abraço .

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  2. Afinal, houve dança ou não? É que o Dia Mundial de a celebrar já acabou, Impontual. 😊

    Um abraço.

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    1. Dançam, dançam os paladinos.

      Abraço, Janita. Obrigado por ter vindo.

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