Ver os seus olhos fecharem-se de sono antes dos meus, a fim de poder, como agora, murmurar-lhe palavras que vão afagar o seu rosto, a sua nuca, tal qual um demónio protector, escutar a sua respiração apaziguada e dizer-lhe que a nossa dança está ainda para começar.
Quando a gente gosta de alguém sonha vê-lo dormir, estar indefeso e inocente. Supomos que seja uma visão bonita e íntima (às vezes é apenas um ressonar incómodo, mas enfim). Se um amor se desfaz ou torna impossível - a vida tem destas enormidades -, pensamos que não o veremos morrer e isso entristece-nos - como se ver morrer alguém de quem se gosta seja agradável, quando talvez fosse melhor pensar que a separação nos poupa desdita maior. Mas nada a fazer, é como se esperemos no outro a companhia em momento crucial, o último de verdade. Que, bem vistas as coisas, partimos sempre à unidade, sozinhos. Que ideia será esta de um amor a fazer-nos a última companhia, não sei, não há razão que a explique. Mas existe.
ResponderEliminarBom dia, senhor Impontual.
Bea, obrigado por ter vindo.
EliminarPrefiro sempre ver o amor pelo lado da vida e do que hà para viver. Mesmo sabendo-nos permanentemente em cima do andaime periclitante.
Aceite um abraço .
Afinal, houve dança ou não? É que o Dia Mundial de a celebrar já acabou, Impontual. 😊
ResponderEliminarUm abraço.
Dançam, dançam os paladinos.
EliminarAbraço, Janita. Obrigado por ter vindo.