Cheguei abúlico e como se nada tivesse a negar ou a afirmar sobre este parque infantil onde a beleza prevalece, embora predomine o acidente, a imperfeição da felicidade. Conservo uma velha ternura pelos recantos deste jardim e espero sempre reencontra-lo com o olhar antigo e o cândido sentimento da descoberta. Mas os dias não param de revolutear imperdoáveis e as faces das coisas, dos lugares, alteram-se inevitavelmente. A vida passa, enquanto se espera que ela comece e chega um tempo em que os pássaros já não encontram o céu, em que as estrelas são irremediavelmente maculadas.
As pessoas, essas, continuam bonitas, cautelosas e sensatas. Sinto-me envolvido por uma onda de afabilidade e cortesia, mas nem por isso me sinto obrigado a excessivas diligências para com aqueles que ao fim de tanto tempo me recebem com benevolente cumplicidade. É notório que ambos aprendemos que as ambíguas sinceridades se tornam hoje, mais que nunca, em sentimentos velados e imprecisos, e que as relações humanas estão confinadas dentro de certos limites: na dissimulação entre as contradições, as certezas e as dúvidas.
O senhor Impontual vestiu hoje um desânimo triste, cansado, que apetece levar pela mão até aos baloiços.
ResponderEliminarE desculpe se importuno. Ou é tudo o contrário.
Malgré tout, 'a beleza prevalece'. Ainda.
ResponderEliminarUm bom dia, ainda que imperfeito.