Ele, tudo o que desejava era sentir-se um pouco mais próximo e com essa intenção levantou o braço e acariciou-lhe a nuca que o cabelo apanhado com duas trajectórias deixava a descoberto. Ela, deixou-se acariciar, e pouco depois ele culminou a caricia colhendo entre as polpas dos seus dedos o lóbulo da sua orelha esquerda. Notou-se o seu estremecimento pelo eriçar com que a pele do pescoço respondeu. Até aí tinha mantido o olhar baixo, mas então levantou-o sorridente e, por entre o barulho dos talheres das mesas vizinhas, julguei ouvir um ligeiro suspiro de aprovação ou de rubor que aspirava pelo nariz. Que espectáculo comovente o de um corpo a ceder a uma caricia! Surpreende-me a rapidez com que uma caricia persuade. Onde as palavras fracassam basta um toque da pele. Uma caricia significa o que é, busca uma emoção imediata e poucas vezes se presta a ser mal interpretada, mas pode ser cruel se os actos posteriores não acompanharem a calidez que a caricia iniciou.
Capaz de ter razão.
ResponderEliminarHá palavras que são caricias. Não na presença, onde o corpo impera. Mas na ausência, meia dúzia de palavras podem criar a reacção de que fala o Sr Impontual.
ResponderEliminar(Ou então sou eu que sobrestimo as palavras...)
O toque da pele chega onde as palavras almejam alcançar. O problema está na distância entre o que sente quem acaricia e quem é acariciado, cada um o lê da sua maneira, e tantas vezes o que se segue não acompanha... e depois todas as palavras são demais.
ResponderEliminarAh, Caro Impontual, desta vez estou consigo a cem por cento...
ResponderEliminarBoa noite, I. :)