terça-feira, 4 de outubro de 2016

Duplo mortal invertido com saída à retaguarda.

Nada em redor, a não ser o ar na plenitude do seu movimento e um reconforto absoluto. Os pensamentos flutuam lentos e retorcem-se grotescamente como uma mosca à procura de uma janela aberta. O mundo apresenta-se repleto de telhados e pontes que oferecem essa garantia. Podia simplesmente inclinar o corpo para a frente, suportar o minuto difícil da queda. Mas, e depois? inquiriu-se.
Um dia vê-se e não se sente, outro sente-se sem se ver, eis a eterna condição. Às vezes continua-se a ser já sem que se exista.

5 comentários:

  1. Verdade!
    Cruzo-me diariamente com tanta gente que é sem existir...

    :)

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  2. Impontual, gosto desta tua escrita suave doce que imagino fazeres posicionado de fora do mundo.
    Que venha uma tarde boa!

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    1. Isabel, peço-lhe, meta-me do lado de dentro do mundo.

      ( confirmo, a tarde veio boa)

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  3. também há quem exista sem ser. a perspectiva de ser sem existir parece-me mais atraente se no ser se coloca implícito o sentir.

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