Estamos em Dezembro, a cidade de dentro enche-se do folgo natalício e sussurra. Do lado de fora, o vento gélido, as árvores nuas, a névoa escura tudo é capaz de me excitar a pele. Deixo-me invadir pela aventura do tempo. O tempo vindouro, aquele que desculpará o tempo passado. O ar recheia-se de partículas imperceptíveis que penetram no corpo, os odores do rio e dos jardins, mini-estruturas orgânicas, a natureza a exportar os seus indícios. Salto fronteiras, encaminho-me para territórios sofredores, voo até à cabeceira das palavras, sem hora fixa, nem lugar privilegiado, onde as bocas falam e desejam revelar-se. Sou uma orelha ambulante, aberta ao rumorejo dos seres, onde os laços rompidos, a solidão e a miséria condenam ao mutismo. Pequenos enclaves onde se desenrolam sonhos e existências falhadas.
Ah, Impontual, que bem me soube lê-lo a esta hora tardia.
ResponderEliminarVou para a cama pensar nessa cidade de dentro e de fora, por vezes, tão gélida no lado de fora, como no de dentro...
Votos de uma Boa Noite.
Que seja então uma noite descansada, Janita.
EliminarA cabeceira das palavras deve ser agradável .
ResponderEliminarBom dia Impontual
É lá onde elas saem quentes. As palavras.
EliminarBoa noite, agora.
Bom dia. Hummmmm belo e instigante texto!
ResponderEliminarHoje temos:- {Meu olhar emudecido...}
Bjos
Boa Quinta-Feira
a verdadeira arte de viajar é sair à rua.
Eliminarobrigado.
Maravilhoso "olhar" a Cidade de fora. Amei o texto.
ResponderEliminarBeijo e um excelente dia.
obrigado.
Eliminardia bom para si também, Cidália Ferreira.
Gostei muito da ideia de uma cidade de dentro e uma cidade de fora. Vou guarda-la e amadurece-la. Transforma-la dentro de mim, e perceber o que me diz a mim isto de haver uma cidade de fora e uma cidade de dentro.
ResponderEliminar(este texto teria coisas para dizer, pensar , elaborar, em cada segmento de frase. Li-o 3 vezes de seguida e acho que preciso de mais 2 ou 3 leituras... ;) )
Bom dia Boop.
EliminarNão é uma ideia, é uma realidade. Às vezes nua, outras vezes encapotada.
E entramos na questão filosófica de termos acesso à "realidade" ou apenas a ideias que temos sobre ela...
Eliminar;)
Eu penso que, antes de tudo, temos que nos deixar instruir pela realidade. E isso só acedendo. :)
EliminarDe acordo.
ResponderEliminarReformulo: acedemos de uma forma muito subjectiva e projectiva a uma parcela da realidade. Lêmos o real à luz da nossa própria experiência. Ou seja a "tua" realidade pode ser diferente da "minha".
O que sentimos face ao que lêmos é nosso. O que escolhermos atender de entre todos os estímulos que recebemos é inevitavelmente destorcido pelo que sabemos previamente.
(Pronto... é por aí...)
De acordo.
EliminarA realidade está nos olhos. :)
:)
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