Três dias depois, a mesma luz de ouro. Três dias em que nada aconteceu a não ser o roer incessante da saudade que aumenta com a luz e com a luz diminui. O sol está fixo sobre a marginal. O paredão está vazio, mas iluminado. Luz de ouro fixa, batida pelo vento. Odor mesclado de iodo e sal, odor ácido e desenterrado das águas. O mar bate forte, sobre o céu limpo, as areias agitam-se, correm, gritam, as gaivotas lutam contra o vento, demoradas no voo. Às vezes o vento acalma-se, as areias sossegam, o mar torna-se chão e o aglomerado contínuo de casas estende ao sol vidas paradas. A brisa continua fresca, a cobrir a praia. A luz vai baixando sobre um céu sem nuvens. A saudade rói de novo.
Que bom que é ter saudade! Esse roer é fantástico...ainda vai, como eu, ter saudade de ter saudade.
ResponderEliminar~CC~
Milhentas fragrâncias de velhas saudades.
EliminarÉ disto que somos feitos. Está visto.
Como vai, CC?