Nos dias que correm, a gente da Rede gosta muito de travar batalhas -- e, melhor, de as ganhar -- sem sair do sofá, do computador ou do telemóvel inteligente. Barafusta, reclama, exulta, critica irónica e convictamente. Até regozija. Mas depois não consegue ler, ouvir, apreciar sem vertigem, sentir algum pasmo ou assomo. Estão, por assim dizer, moribundos, os seus olhos e ouvidos estão apagados. Mas a boca não. Questiono-me sempre absurdamente: que gosto lhes ficará na língua? Enxofre? Só se for.
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O grande Dylan lá ganhou o Nobel, não foi? Coitado, deve ter as orelhas arder.
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O grande Dylan lá ganhou o Nobel, não foi? Coitado, deve ter as orelhas arder.