Sangue novo.
Quando se mostra demasiado terno, demasiado apaixonado, demasiado meigo, demasiado premente, quando pousa docemente as suas mãos como duas conchas sobre os seus seios, quando sente o seu corpo pesar contra o seu, pesado de todo o seu desejo, de todas as suas esperanças, retrai-se. O seu corpo, o seu coração fecham-se. A sua cabeça parte para longe. Não pode suportar aquele abandono, aquele deixar-se ir, aquela exibição sentimental que lhe deixa um sabor amargo na boca. Quer os espinhos que arranham, que queimam, que fazem correr sangue novo.
Já não o ama.
ResponderEliminarImpontual, quando se ama, o sangue que se sente correr é sempre novo.
Creio que a ilação será mais: não quer deixar-se arrastar para o amor. "aquele abandono, aquele deixar-se ir..." Há pessoas que não estão habituadas a amar. :)
EliminarHá gente cujo lema de vida deve ser: antes arranhada que entediada.
ResponderEliminar(sim, ainda podia dar-me para pior)
:)
Touché, Ava Pain, touché. :)
EliminarO medo de mergulhar no abismo, gostar, e não querer voltar. Ou o medo de que o abismo se transforme numa clareira sem perigos?
ResponderEliminarBeijos, Impontual :)
O abismo é uma palavra que me deixa em pulgas, Maria Eu.
EliminarConvém evitá-lá. :)
Quando se prefere os espinhos, convém não andar descalço...
ResponderEliminarUm abraço, Impontual
Misa Smile, mas nuvens anda-se bem descalços.
EliminarAbraço