terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Megadiversidade

Lá está, os pobres são colectivamente inabarcáveis. Eles não são apenas a maioria do planeta, eles estão por toda a parte e o mais pequeno dos eventos diz-lhes sempre respeito de alguma maneira. Consequentemente, a actividade dos ricos é a construção de muros - muros de betão, vigilância electrónica, barreiras, fronteiras armadas, informações erradas aos media e por último o muro do dinheiro para separar a especulação financeira da produtividade, do sacrifício. 

12 comentários:

  1. Não vencerão, os "ricos". Estou à prova de "ricos" desde que nasci (antes mesmo de ser um projecto de gente, como se costuma dizer, e adoro a expressão), sei do que falo. A resiliência, é disto que falo, até dos "ricos", quando deixam de o ser (e sabem, então, o quão efémeras são as cousas), prova-o. A minha vida, a de tanta gente, "pobre", está no mesmo barco...

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  2. Não estou do lado dos que defendem que é preciso sê-lo para percebê-lo porque acredito que alguns, embora poucos, seres carreguem uma boa dose daquela que é a maior qualidade de todas, a empatia. Infelizmente são poucos os que do lado dos 'ricos' resistem a participar na 'especulação financeira da produtividade, do sacrifício. Resistirei a esses, sempre, ou enquanto a riqueza da minha dignidade me permitir, vassilar é humano...

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    1. Alexandra, Tétisq e Perséfone, permitam-me que as sente na mesma mesa de conversação.
      A realidade incontornável dos dias de hoje é que o mais pequeno dos acontecimentos diz sempre respeito de alguma maneira aos pobres. E a pior das constatações é que a pobreza tem aumentado de tal modo que colectivamente já nem se consegue abarcar. Outra constatação absolutamente preocupante é que agora - e já não é de agora - temos trabalhadores pobres ou em risco de pobreza a quem são cortados os benefícios sociais, enquanto os ricos para que não corram o risco de qualquer colapso estão a receber benefícios fiscais. Enquanto isso as instituições (os tais nomes diminutos a que me referia há dias) continuam a trabalhar em favor unicamente dos mercados e não das pessoas. Senão repare-se na manobra de diversão milagrosa a que os governos se propõem que é aumentar o salário mínimo sem que isso custe um cêntimo aos patrões. Mas... o mundo continua a girar entretido em festas alegres e jazz.

      Aceitam um abracinho?

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    2. Gosto muito de estar à mesa com vocês, apesar de nada disto ser novidade para mim, contratada em Outsourcing por uma empresa de trabalho temporário a prestar serviço para uma das maiores empresas a operar em Portugal ambas com lucros astronomicos.
      Trabalhar e continuar pobre parece-me destinado. Felizmente ainda posso apreciar um Porto (comprado directamente ao produtor) enquanto o Chet Baker ressoa ali ao lado e trocamos uns abracinhos.
      São servidos?

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    3. Aqui já falamos de um outro tipo de pobreza: que são os negócio que não produzem nada além de dinheiro. A terceirização contribui largamente para a exploração e desumanização do trabalho.

      (aceito esse cálice vindo directamente do produtor.)

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  3. Deixa-me profundamente irritada que nada se aprendeu com o passado. Em pleno século XXI continua-se a a fazer os mesmos erros. A sede do poder e o dinheiro.
    Beijocas

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  4. Não era necessário haver, Piedade,
    Se a Pobreza não fosse cultivada
    E se houvesse geral Felicidade,
    A Clemência seria aposentada.


    Não sei quem escreveu
    mas sei que não fui eu.

    (No entanto poderia muito bem ter sido.)

    Saudações pontuais.

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    1. Também não me importo nada de fazer minhas essas palavras. :)

      Abraço, Janita.

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  5. Eu quero o abracinho (de partir costelas :) e o cálice de Porto e o derrubar da sede de poder e dinheiro :)

    Eu quero tudo isto, o que é verdadeiramente Grande, produtivo! :)****

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  6. forreta, a guardar a adega para quê, quando a da hospedaria está sem chave na porta??!!!?

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