segunda-feira, 16 de março de 2020

Marinheiros de água doce


Águas sombrias, rotas que se bifurcam, imagens contraditórias, o porvir, o tempo parado como se aguardássemos algo alheio que tudo mude, o vento soprando com mais força por cima da cabeça e a vela recolhida no mastro, confiados na corrente. Esperar, esperar, esperar com a esperança de que não venha uma enxurrada que nos abalroe ou que, se chegar, nos permita avançar pelas margens, protegidos dos remoinhos e dos perigosos rápidos, sem que os troncos e os destroços que arrasta nos levem na frente. Esperar, esperar, como se não existisse outra palavra, como se não houvesse outro tempo, como se não houvesse horizonte. Como mestres da impotência.

#giorno1

3 comentários:

  1. Esperar é o meu cognome.
    Esperemos pois então.
    Santas esperanças, Mister Impontual
    Abraço de canelada 😕

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  2. Uma espera em que não consigo animar-me. Talvez seja da idade...

    Fique bem, caro Impontual!

    Um abraço

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  3. Esperar, porque nos dias de hoje, de nada adianta saber a hora se o que nos resta é esperar para poder acontecer.

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