Capitulo VII - Gisela.
Era um silêncio sólido, sem resquícios, um silêncio que sugeria que a hospedaria se encontrava deserta, como se a própria patroa tivesse proibido a entrada a outros hospedes e depois se tivesse ido embora para me deixar a sós com o ocupante do quarto contiguo. Embora me esforçasse por captar algum som proveniente do outro lado do tabique, o tentaculífero, como se não estivesse ali, não fazia o menor ruído. Eu estava deitado na cama de barriga para cima, a fumar um cigarro. Tinha-me habituado à escuridão e olhava para o tecto como que hipnotizado, deixando-me levar pelas formas caprichosas que as espirais de fumo compunham no ar. Devo ter adormecido sem me dar conta, e quando acordei, sobressaltado pelo barulho que eu próprio fizera ao mudar de posição, estava a amanhecer, como se a noite tivesse durado apenas uns minutos...
Gisela encontrava-se agora junto à porta do quarto já metida no seu vestido de veludo com a silhueta recortada pelo contra luz que entrava do lado da rua principal. Girou sobre os seus tacões altos ficando de caras para a escuridão de onde acabara de sair. Olhou para o local onde eu estava, como se soubesse que a estava a observar e também ela me estivesse a dizer adeus. Sorri e despedi-me dela mentalmente. Por fim deu meia-volta e desapareceu nas escadas. Já do lado de fora, o barulho dos seus tacões sobre os ladrilhos do passeio foi-se tornando cada vez mais ténue até que o silêncio voltou a reinar como antes dela ter aparecido. Sacudi de cima de mim o lençol salpicado de tinta preta bastante espessa e espreitei o dia pelas frinchas da portada voltada para a rua. Uma chuva mansa, era o que me esperava lá fora.
Era um silêncio sólido, sem resquícios, um silêncio que sugeria que a hospedaria se encontrava deserta, como se a própria patroa tivesse proibido a entrada a outros hospedes e depois se tivesse ido embora para me deixar a sós com o ocupante do quarto contiguo. Embora me esforçasse por captar algum som proveniente do outro lado do tabique, o tentaculífero, como se não estivesse ali, não fazia o menor ruído. Eu estava deitado na cama de barriga para cima, a fumar um cigarro. Tinha-me habituado à escuridão e olhava para o tecto como que hipnotizado, deixando-me levar pelas formas caprichosas que as espirais de fumo compunham no ar. Devo ter adormecido sem me dar conta, e quando acordei, sobressaltado pelo barulho que eu próprio fizera ao mudar de posição, estava a amanhecer, como se a noite tivesse durado apenas uns minutos...
Gisela encontrava-se agora junto à porta do quarto já metida no seu vestido de veludo com a silhueta recortada pelo contra luz que entrava do lado da rua principal. Girou sobre os seus tacões altos ficando de caras para a escuridão de onde acabara de sair. Olhou para o local onde eu estava, como se soubesse que a estava a observar e também ela me estivesse a dizer adeus. Sorri e despedi-me dela mentalmente. Por fim deu meia-volta e desapareceu nas escadas. Já do lado de fora, o barulho dos seus tacões sobre os ladrilhos do passeio foi-se tornando cada vez mais ténue até que o silêncio voltou a reinar como antes dela ter aparecido. Sacudi de cima de mim o lençol salpicado de tinta preta bastante espessa e espreitei o dia pelas frinchas da portada voltada para a rua. Uma chuva mansa, era o que me esperava lá fora.
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