quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Plaza Nueva

É estranho, como o carácter de um espaço publico se modifica quando está vazio, o campanário abandonado, a ópera fechada, a esplanada deserta. No cinema isto é muitas vezes utilizado como pano de fundo de cenas que pretendem assustar ou manipular o espectador. O mesmo acontece com este local onde me encontro agora: os visitantes como eu reduziram-se a apenas alguns, a praça assumiu contornos bastante ominosos. Talvez isso tenha algo a ver com o céu nublado por cima de nós, através do qual ocasionalmente se consegue antever uma pequeníssima nesga de sol, ou talvez às sombras cada vez mais escuras no emaranhado de becos que daqui partem em todas as direcções, mas eu sugiro que é talvez o medo da solidão aquilo que mais os inquieta, o facto de estarem sós, apesar de se encontrarem no coração da cidade.

13 comentários:

  1. Eu gosto muito de praças vazias e céus nublados...

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    1. Tétisq, conhece a Mambembe do Chico?
      No palco, na praça, no circo, num banco de jardim, correndo no escuro, pichado no muro... Você vai saber de mim.

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  2. Adoro os silêncios depois das confusões :))

    Bjos
    Votos de uma óptima Quinta - Feira

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  3. Mas isso é tão natural...quando anoitece e há ameaça de tempestade, as Praças ficam desertas de turistas. Todos se encaminham para uns espaços quentes, iluminados e acolhedores que se chamam restaurant, ristorante e por aí adiante. Não será assim, Impontual?

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    1. Janita, era de manhã. Mas, sim... os ristorantes são muito mais acolhedores, embora eu prefira a praça. :)

      Como vai?

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  4. Hum. Pergunto-me se essa solidão não será pré-existente até em espaços altamente 'povoados' - most of the times, o inevitável - ao invés de circunstancial, e acho que conheço a resposta :)

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  5. Guimarães Rosa chamou-lhe solistência. :)

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  6. Pode ser estranho mas tem outro encanto. Eu gosto. Muito

    Boa noite, senhor Impontual :)

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