quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Voto compulsório?

A analise do tecido politico que por estes dias se propõe tomar as rédeas do país é de tal forma óbvia, fácil e contundente que a sua simples leitura é suficiente para se impor enquanto farsa. Não são necessárias observações minuciosas, interpretações incisivas e sinistras para inculcar o nível politico da nação. A credibilidade é uma conquista que se faz todos os dias: ninguém a oferece gratuitamente. Não é uma questão de gramática. Não é uma questão aritmética. É uma questão moral. É uma questão de carácter. Insuflar força e honra nas palavras e nas tomadas de decisão é o dever mais caro e terá de ser o propósito quotidiano de quem pretende fazer politica com responsabilidade. Não é um epitáfio. Tem de ser a bandeira desfraldada, todos os dias. 

Ora se assim não é, e atendendo a que (alegadamente) vivemos num regime de democracia representativa legitimada pela soberania popular, eu, que não percebo nada disto, ponho-me a pensar se não seria melhor respondermos com uma ida massiva às urnas de modo a que os políticos deste país sentissem, de uma vez por todas, o ónus da responsabilidade que pesa sobre eles? e por outro lado afunilar (lhes) o leque de desculpas infundadas que decorre da altíssima abstenção que habitualmente se verifica e que (lhes) serve de capa protectora?
Uma votação massiva não teria o condão de uma melhor definição parlamentar -  responsabilizando-a: quer seja maioritária ou minoritária? além de deixar a descoberto a insustentabilidade de algumas alas politicas populistas que aparecem a querer ganhar  alguma força circunstancialmente alavancadas pela abstenção?

Bom...isto foi só um pensamento. E como eu não percebo nada disto, se calhar o melhor é continuarmos, perversamente, entretidos em festas alegres e jazz. E... daqui a seis meses cantarmos a uma só voz: " eu não tenho nada a ver com isto, nem sequer fui votar".

5 comentários:

  1. Ah, Impontual, que bom seria se uma parte do povo que anda distraído com os estragos provocados pelo Lorenzo e as outras percentagens que andam a olhar; uns para as folhas caducas a ver se amarelecem e o outono fica suficientemente romântico, ou, outra parte, a praguejar contra os políticos, viessem de forma massiva aqui ao seu cantinho e o lessem, entendessem e seguissem a sua sugestão.
    É que eu, não percebendo também nada disto, tenho tudo a ver com isto!

    Um abraço, Impontual. :)

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  2. Uma vez em todos estes anos cheguei ao meu local de voto e tinha acabado de fechar, vinha de longe e não foi possível calcular bem o tempo. Senti uma grande tristeza, ainda que fosse para umas presidenciais em que ninguém me dizia muito. Mas ainda hoje penso como é que "fecha" o sítio onde votamos...não que eu pense que todo o voto devia ser feito via digital ou multibanco ou qualquer dessas coisas, pois estou cansada de ver pessoas que não conseguem usar máquinas e eu própria já fiquei nessa situação, mas já era tempo das pessoas terem várias opções. Desculpe se fugi um bocadinho ao âmago do "compulsório".
    ~CC~

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  3. O Senhor Impontual está falando do Brasil????
    O Senhor está vivendo nessas plagas d´além mar????
    Ninguém aqui vota em ladrão, em corrupto...em ignorante político.
    A festa aqui é dizer:
    "- Votar??? Em quem??Em qual ladrão???
    E toca a vida!!

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  4. Impontual, não acho de todo normal que gostos pessoais -- [sim, eu gosto de fotografar folhas e árvores e tudo o que mexe se me apetecer, e daí?! vem mal ao mundo por isso? estou a prejudicar alguém? - também gosto de jazz (outro gosto pessoal)] -- sirvam para "atacar" terceiros quando o assunto são as eleições do próximo Domingo. Etiquetar pessoas é tão feio. É tão baixo. Bom senso precisa-se.

    Votar é um direito e um dever cívico.

    Votos de um bom fim-de-semana, Impontual.

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  5. O voto aqui é obrigatório.
    Acho absurdo que seja.

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