Enquanto lá fora a chuva e o vento, irrevogáveis, não paravam de se digladiar, começou por explicar-lhe as coisas como se ela fosse ele e ele fosse ela e não se soubesse onde acaba um e começa o outro. E dizia: é preciso rirmos muito, até sentir as costelas quase a estalar, ou é preciso chorarmos muito, até sentir que ficamos limpos e vazios, ou então é preciso ter um orgasmo, que visto de certo modo também é uma forma de nos lavarmos, esvaziarmos, endireitarmos as costelas e sairmos dali, daquilo, de nós.
Nada como uma noite de chuva para resolver grandes questões.
ResponderEliminarE 'ela'? Gostou da ideia de endireitar as costelas ou de as estalar, rindo perdidamente?
ResponderEliminarA chuva lubrifica a terra
ResponderEliminarque chovam relâmpagos