domingo, 1 de novembro de 2020

Fiéis defuntos

O medo é como a morte. A morte é pertença de cada um, indivisível, ninguém tem nada a ver com as nossas mortes, ninguém tem nada a ver com as mortes dos outros. Portanto, a morte é um território privado, como o medo. A nossa morte só a nós diz respeito, não a podemos compartir, não há duas mortes para cada um, não a podemos dividir nem rejeitar, como o medo; por isso tememos o medo e tememos a morte porque estamos sozinhos com o nosso medo e com a nossa morte. E o que nos horroriza na morte é termos de ficar outra vez sós. Mas aprender a gostar do medo não significa que aprendamos a gostar da morte.

5 comentários:


  1. Não é uma aprendizagem fácil!
    Acho até que só deixamos de ter medo quando aceitamos a morte.
    E esse momento dá-se precisamente naquele "point of no return"... de onde já não vimos contar como foi.

    Beijinhos de vida
    (para afastar a ideia deste tema tão funesto)

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  2. Este post, levou-me para esta música dos "Resistência - Fim"
    https://www.youtube.com/watch?v=MKWSqIBzlcw

    [ A vida são umas férias que a morte lhe dá]
    Bom dia Impontual, um sorriso

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  3. O medo não é como a morte. A morte é um irremediável e o medo nem por isso. É uma diferença que faz toda a diferença.

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  4. Não sei se a morte nos pertence só a nós. Há pessoas que "nos morrem".

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