Todas as manhãs, enquanto tomo o pequeno almoço, costumo fazer um rascunho daquilo que me reserva a jornada. Depois gosto de acender a televisão passado um bocado, sem ver o que está a dar. Hoje não o fiz. Permaneci na cozinha, à janela com as cortinas finas que agitavam levemente na corrente de ar da rua. Com a ponta do dedo levantei a bainha e olhei pela vidraça. O céu lá fora estava sem uma nuvem. Imaculado. Os pombos arrulhavam na tangerineira. A andorinha de asa negra no beiral. Era Abril. Nas árvores viam-se botões fortes, saudaveis. Tudo luzia. Mas no passeio, lá em baixo, umas folhas sussuravam ao vento. De que tipo de árvores viriam essas folhas outunais caídas agora, na Primavera?
Pois, senhor Impontual, embora raro se diga, há muita folha velha a cair na primavera. Acontece em árvores de folha perene.
ResponderEliminarEsse pequeno almoço tomado fora do costume, talvez lhe tenha feito bem. Ou não. A nós, seus leitores, foi benéfico.