Acordou deitada de bruços, nua, sobre o lado direito da cama de cabeceira estofada com moldura entalhada. Ele contemplou-lhe demoradamente o corpo, afagou-lhe o pescoço, as espáduas, o dorso, as nádegas, soergueu-se e beijou-a com minúcia. Ela, gemendo baixinho, contorceu-se de maneira quase imperceptivel. Percorreu-lhe o corpo, depois, com o sexo erecto, passou-o pela palpebras cerradas, pelas faces, pelo nariz e introduziu-o na boca entreaberta da rapariga, que o chupou, mantendo, a seguir, os lábios grossos e quentes na glande, sobre a qual moveu a ponta da lingua. Os movimentos de ambos eram suaves, harmoniosos, ritmicos, as respirações pausadas. Quando retirou o sexo da boca dela, no orificio brilhava uma gota de sémen. Entreabriu-lhe as nádegas rijas, colocou o sexo à entrada e enterrou-o. A rapariga gritou, agitou o corpo como se quisesse repeti-lo, depois aquietou-se, enquanto pensava que cada cama é uma história de suspiros. Ali encontram-se todos os suspiros que lançamos: os primeiros e os ultimos, os apaixonados e os desiludidos, os excitados e os ofendidos. Juntos formam um único suspiro que, sumamente, define uma vida.