No tempo em que ainda era solteiro, Frederico ocupava os dias com longas meditações filosóficas que o mergulhavam numa doce angustia e lhe davam a sensação de pairar sobre a pobre gente que o circundava. Prisioneiro das questiúnculas tacanhas e mesquinhas que lhe absorviam a vida do dia-a-dia, não havia manhã em que não o assaltassem as mesmas interrogações: "de onde venho eu? Que faço da minha existência? Porque estou vivo? Qual vai ser o meu destino?
Esta manhã as roupas de ambos enrodilharam-se em desordem aos pés da cama e os dois corpos pareciam repousar depois de um duro combate. Amélia tinha ainda na mão o sexo vigoroso e luzidio de Frederico, cujo braço repousava numa prega do peito mole e opulento da amante. Estampou-se-lhes nos rostos aquele ar apaziguado que as crianças exibem durante o sono.