...primeiro deu-se um momento de repouso dentro dela, a glória e o espanto, o mais próximo que se podia estar, e viver, da presença da liberdade - o pássaro engaiolado no seu momento de puro descanso, antes de ser lançado na luz encadeante. Depois o corpo, quedo nesse falso embalar de luxúria, clama na brutalidade do instinto: daqui não saio, daqui não saio.
É maravilhoso estarmos deitados e banharmo-nos no corpo de outra pessoa. "Tens um corpo muito bonito", - ouvir as próprias palavras pairarem na luz da manhã, saltando flamejantes nas esferas cromadas da cabeceira da cama, fazendo ricochete nas paredes e nos tectos.
Meu caro
ResponderEliminarMuito, muito bom.
Obrigado
Uma "Manhã Submersa" muito diferente da vivida por Vergílio Ferreira...
ResponderEliminaros 'Xutos' também a referem, com afinidade apenas no título:
"..só mais tarde, já ao deitar
olhou o espelho onde foi encontrar
o amor escondido e então sorriu!"
E eu, conhecendo ambas, prefiro mil vezes esta versão, descrita em dois simples parágrafos.
Lindo, Impontual, lindo!!
Como correu bem esta prosa! E a manhã também, pelo que se vê.
ResponderEliminarImpontual, então que venha agora uma tarde boa!
Haja uma e outra e ainda mais outra dessas manhãs. São para lá de felizes!
ResponderEliminarBeijos, Impontual :)