A aurora estremeceu nos meus sonhos. Aflorei e voei sobre os seus ombros com as mãos fulvas de Verão. Com grandes dardos lancei a claridade no ar, abanei as caricias, criei desenhos com a brisa marinha, embrulhei de zéfiros os nosso peitos, possuía rumores de lume na palma das mãos. Como era fácil entrar. A carne palpitava, o odor cristalizava. O fermento, as bolhas, o pão. O vaivém não era servidão mas beatitude. Perdi-me no seu peito como ela se perdia no meu. Como sonhou a minha boca aplicada! Que casamento de movimentos! Estávamos reluzentes de luz. A vaga veio como um explorador, embebedou os nossos pés. Arrependeu-se. Houve umas nuvens escuras que se esticaram, uma escuridão que se propagou nos nossos calcanhares. Esse desabar de doçura acabou. Eu tinha os joelhos em cinzas.
Gosto deste texto.
ResponderEliminarBoa tarde, Impontual!
Obrigado, Isabel.
EliminarHoje, o céu está pardacento. :)
Um sonho que acabou em pesadelo, Impontual?
ResponderEliminarAndou a rezar? A amassar para fazer pão?
Pronto, gostei!
A amassar o pão que o diabo esqueceu.
EliminarOs sonhos ainda existem?
ResponderEliminar:)
De vez em quando ainda se vai acordando para dentro.
EliminarComo vai, JT?
E Bach já serviu de banda sonora para tantos dos meus sonhos...
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