Pra que me meteria eu a ver por onde ia a vida
que dei por onde ia
e não em meu favor!
Eu perdi a vez de ser simples,
perdi a vez feliz de ignorar
perdi a sábia ignorância,
perdi a graça de não saber.
Deixei passar a vez de ir na corrente
e de ser como toda a gente
às carambolas da sorte.
que dei por onde ia
e não em meu favor!
Eu perdi a vez de ser simples,
perdi a vez feliz de ignorar
perdi a sábia ignorância,
perdi a graça de não saber.
Deixei passar a vez de ir na corrente
e de ser como toda a gente
às carambolas da sorte.
Eu perdi a vez de ser analfabeto,
esse segredo para não ser doutor
e para não saber também
o que as letras sabem
do mundo e de mim.
Eu perdi a vez de ser da multidão
(esta comodidade por mim perdida);
já deixei de fazer parte,
inteiro o destino me fez
inteiro a vida me tornou.
Os meus gestos metade são meus
e metade ainda da multidão.
Eu incomodo-me a mim-próprio,
é pequeno o meu corpo para mim!
Sou pior do que eu-próprio
ou eu-próprio não caibo em mim?
Eu, Impontual, teria escolhido a primeira.
ResponderEliminarQuando eu cheguei devia ser tarde
Já tinham dividido tudo
Só havia o céu por cima dos telhados
Lá muito alto
Para eu respirar e sonhar.
A terra inteira era estrangeira
Mais este pedaço onde nasci
Não me deixaram nada
Nada mais do que sonhar.
Eu que sonhasse!
(Será por isso que continuo a sonhar?)
Anda triste, Impontual?
Nao ando triste, Janita. Mas não gosto de mim assim.
ResponderEliminarGosto de si, Impontual!
EliminarNão falo do invólucro, que não conheço nem interessa, mas do conteúdo que aqui tem deixado transparecer...:)