quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Anatomia de uma insónia

No regresso da casa de banho parei à entrada do quarto de dormir, cuja porta tinha empurrado com o pé. Olhava-a. Subindo enviesado ao longo da virilha e deixando uma perna destapada, o lençol parava a meia altura dos seus seios. A outra perna, dobrada, servia de prateleira sobre a qual estava colocado o livro de Borges "O Aleph", aberto no capitulo "O imortal". Ela chupava uma caneta banhada a prata com as iniciais "JM" gravadas. Mantinha o velho hábito de sublinhar tudo.

3 comentários:

  1. E que ninguém acorde quem, no sono, parte à procura da cidade onde moram os imortais!

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  2. Credo Mister Impontual
    Com um briol destes nesse preparo ;)
    Bom fim de semana, Mister

    😀

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