Mas então agora eu, o Tone e a D. Mariquinhas é que temos de nos pronunciar e legislar sobre o que pode o outro fazer da sua vida ou da sua morte em caso de...?
Aviso já. Não contem comigo. Não quero esse direito.
as inquietações que a despenalização da eutanásia me trazem, nada têm que ver comigo e com as minhas intenções de vida. mas quando se trata de aprovar uma lei é importante pensarmos também nos outros, nas várias situações que podem surgir dentro da possibilidade. numa sociedade que descarta os velhos nos lares, nos centros comerciais, nos hospitais, temo que alguns, salvaguardando-se de uma lei, façam os velhos (especialmente os que padecem se doenças crónicas) e os inválidos sentirem-se um fardo e os levem a pedir algo que de outra forma não pediriam. ou seja, não vejo apenas esta questão na perspectiva do cidadão bem informado, consciente e com uma boa rede familiar de suporte. vejo também todos os outros, especialmente os outros. concordo com a eutanásia em si mesma, o que me preocupa é a lei não ser suficientemente segura para tudo o que pode vir por aí. países como a Bélgica e a Holanda, onde a lei já foi alargada para crianças, onde depressões são justificação, etc, devem servir de exemplo para uma lei melhor em Portugal.e acrescento que, embora se trate de um assunto paralelo (e não o mesmo), a quase inexistência de serviços paliativo é preocupante e influencia o fim que alguns pedem para si mesmos. Conseguir serviços paliativo em Portugal no serviço público, e quem já teve um familiar ou amigo em situação terminal sabe do que falo, é um processo desumano e atroz. custa-me muito que ninguém faça nada para melhorar esta situação.
quanto a um referendo, não sei. vejo muito gente a atacar-se, mas muito pouca a trazer argumentos válidos para a discussão. é um assunto tão sério, que fica difícil ter certezas absolutas.
O problema moral da eutanásia é que as pessoas tendem a ponderar do assunto a partir do seu próprio ponto de vista: o que fariam elas?, quando o que está em causa é dar aos outros a liberdade de escolher o que querem fazer. E se o cerne da questão é este, então não pode haver lugar a um referendo. Desde logo, porque a minha escolha pode não ser a tua.
Mas, obviamente, temo que se use a forma mais fácil(e mais barata) de resolver o problema. O aproveitamento perverso que o sistema poderá vir a fazer destas medidas. Pairar sobre as nossas cabeças o espectro do assassinato é terrível. Não há assunto mais íntimo e profundo do que este. Importa que não se imponham posições divididas e politizadas.
O ideal era como disse Vergílio: "vir a morte e levar-nos. E não fazermos falta a ninguém. Nem a nós. Que outra vida mais perfeita?."
Eu apenas quero o direito à escolha da minha vida ou morte, em caso de doença/sequelas físicas e/ou psíquicas para além do suportável.
ResponderEliminarReferendo? Não!
Um abraço, caro Impontual :)
Abraço, Maria Eu.
EliminarAquilo que a Maria Eu quer é liberdade individual. E não posso ser eu nem o Tone a determinar se a tem ou não.
A religião não pode impor limites á liberdade individual
ResponderEliminarNada pode limitar a liberdade individual.
Eliminaras inquietações que a despenalização da eutanásia me trazem, nada têm que ver comigo e com as minhas intenções de vida. mas quando se trata de aprovar uma lei é importante pensarmos também nos outros, nas várias situações que podem surgir dentro da possibilidade.
ResponderEliminarnuma sociedade que descarta os velhos nos lares, nos centros comerciais, nos hospitais, temo que alguns, salvaguardando-se de uma lei, façam os velhos (especialmente os que padecem se doenças crónicas) e os inválidos sentirem-se um fardo e os levem a pedir algo que de outra forma não pediriam. ou seja, não vejo apenas esta questão na perspectiva do cidadão bem informado, consciente e com uma boa rede familiar de suporte. vejo também todos os outros, especialmente os outros. concordo com a eutanásia em si mesma, o que me preocupa é a lei não ser suficientemente segura para tudo o que pode vir por aí. países como a Bélgica e a Holanda, onde a lei já foi alargada para crianças, onde depressões são justificação, etc, devem servir de exemplo para uma lei melhor em Portugal.e acrescento que, embora se trate de um assunto paralelo (e não o mesmo), a quase inexistência de serviços paliativo é preocupante e influencia o fim que alguns pedem para si mesmos. Conseguir serviços paliativo em Portugal no serviço público, e quem já teve um familiar ou amigo em situação terminal sabe do que falo, é um processo desumano e atroz. custa-me muito que ninguém faça nada para melhorar esta situação.
quanto a um referendo, não sei. vejo muito gente a atacar-se, mas muito pouca a trazer argumentos válidos para a discussão. é um assunto tão sério, que fica difícil ter certezas absolutas.
O problema moral da eutanásia é que as pessoas tendem a ponderar do assunto a partir do seu próprio ponto de vista: o que fariam elas?, quando o que está em causa é dar aos outros a liberdade de escolher o que querem fazer. E se o cerne da questão é este, então não pode haver lugar a um referendo. Desde logo, porque a minha escolha pode não ser a tua.
EliminarMas, obviamente, temo que se use a forma mais fácil(e mais barata) de resolver o problema. O aproveitamento perverso que o sistema poderá vir a fazer destas medidas. Pairar sobre as nossas cabeças o espectro do assassinato é terrível.
Não há assunto mais íntimo e profundo do que este.
Importa que não se imponham posições divididas e politizadas.
O ideal era como disse Vergílio: "vir a morte e levar-nos. E não fazermos falta a ninguém. Nem a nós. Que outra vida mais perfeita?."
Obrigado, por ter vindo, Flor.
Como vai?
e Vergílio tinha toda a razão :)
Eliminarobrigada eu, por ter falado no tema.
ora, vou como deus quer! :)