São cada vez menos os olhos que vêem o que ainda está escondido. Olhos infelizes, haveis visto de menos! A verdade é que as linhas começam a ter um traçado pouco definido, os extremos tornam-se flexíveis; as cores esbatem-se e como que flutuam, estão a ficar esbranquiçadas à luz e a perder a sua vitalidade. A sua camada fina distende-se. A Natureza fala, chora, pede socorro. O Homem é frágil e débil, à semelhança da civilização que erigiu em seu redor. Calado ainda avança decisões na noite escura das perguntas sem resposta. Estas parecem ser as características do retrato do mundo futuro. Está em marcha o processo de óxido-redução e da transformação dos haletos. Para já fica assim. Ainda se respira. Quem vier a seguir que ponha a máscara. Ou que feche a porta. Dou graças por não estar presente para ver essa fotografia.
Hoje arranca a volta a Portugal em bicicleta. Esta tarde temos um curto prólogo, seguem-se doze longas etapas. Abri os olhos.
Hoje arranca a volta a Portugal em bicicleta. Esta tarde temos um curto prólogo, seguem-se doze longas etapas. Abri os olhos.