quinta-feira, 22 de junho de 2017

Poeta negro

Qualquer pessoa tem direito a descer, de forma vertiginosa e assustadora, ao patamar mais profundo da vida e por lá ficar, de olhos bem abertos num exame escuro, tempo suficiente para perceber o que vê, o que toca: o horror, a angustia e a permanente sensação primordial do medo de ser humano, de estar vivo, de ter que viver e dar vida, de ter de morrer. E depois voltar para cima e olhar o fundo do poço como quem olha as estrelas que pululam a céu aberto na noite de hoje.

12 comentários:

  1. Só quem desce ao fundo do poço sabe dar valor ao brilho das estrelas.

    Boa noite, Impontual.

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    1. Diria que só quem volta do fundo do poço pode valorizar as estrelas fa noite.

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  2. Sem conhecermos os demónios que nos povoam, não podemos tentar lutar contra eles.
    O problema maior é quando não se consegue sair do poço...

    :)

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    1. Às vezes os demônios dão-nos aquilo que os deuses tiram.

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  3. Estou conhecedor do meu poço, coisas do passado, mas desci e felizmente​ voltei a subir por três vezes já...

    O importante a beleza do texto, que tão bem retrata essas viagens que fazemos.

    Gostei para lá de muito, e vou ter que o guardar meu caro.

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  4. A questão poderá passar por não deixar descer pois subir custa e nem sempre se consegue :)

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    1. embora o caminho que desce seja o mesmo que sobe, a vida é para subir. :)

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  5. Como diria o outro, pela quantidade de vezes que já fui ao fundo do poço, noutra vida devo ter sido balde... acho que o meu problema é que depois de subir, em vez de olhar para baixo como quem olha as estrelas, olho as estrelas como quem prevê o fundo do poço. Apesar disso, normalmente a olhar para cima volto a tropeçar... e agora com isto fiquei a perguntar-me o que serei numa próxima vida... :))

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    1. seja o que for há-de ser para ir vivendo. desconfiando, claro. :)

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