terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Rubescência


Estou aqui sentado, num encantador dia de final de Janeiro. Tudo à minha volta se encontra em permanente mudança; o sol alterna entre projectar sombras profundas por trás das árvores e em varre-las de novo para o mesmo lugar, no momento em que uma pequena nuvem atravessa o céu. A água do mar enche-se de ouro, depois transforma-se em nada. Toda a área está pintada pelo sol, e manchada, cintilando e atingindo um ponto de uma enorme beleza, e eu estou aqui sem fôlego, por me encontrar entre a audiência. Mais ninguém repara. Lá no alto, um avião aturde-me com o seu bramido e uma linha de pó de giz, imediatamente avermelhada pela luz de poente, faz-me lembrar um ser fascinante de cabelo cor de fogo. Mas este já não é o mesmo céu de outros tempos.

10 comentários:

  1. O céu é o mesmo, o olhar é que diverge.
    Ainda assim, há-de ser um belo céu!

    Beijos, caro Impontual :)

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  2. às vezes caminhamos lado a lado com a beleza, outras ela demora-se connosco quando paramos para respirá-la. :)

    um beijo, Senhor I. :)

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  3. The sun is the same
    In a relative way
    But you're older

    Pink Floyd

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  4. Não, o céu não é o mesmo, Impontual. Há coisas irrepetíveis...

    Boa noite.

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  5. Impontual, já que gosta tanto de rubescências, amanhã não se esqueça de ver a Super-Lua Vermelha, está bem? E fotografá-la, se puder e quiser.
    :)

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  6. Os cabelos cor de fogo são difíceis de esquecer... Dizem os entendidos :)

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  7. Não serão os céus sempre iguais, sempre diferentes, sendo essa determinação imposta pela forma de serem olhados?
    .
    * Campos ondulando em flor, afectos infinitos *
    .
    Votos de um dia feliz.

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  8. Fez-me lembrar feitiços. Deverá haver poucas coisas melhores do que um feitiço de ardências forjado por cabelos que se vestem de cores de fogo... e feitiços, lembra-me muitas coisas, mas lembra-me sempre, e irremediavelmente, isto:
    https://youtu.be/ua2k52n_Bvw

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