Maria João é uma mulher pálida e sem viço. Anémica e caseira, à imagem dos personagens de romances anglo-saxónicos. Está morta. Ninguém a matou e não nasceu morta. Foi morrendo aos poucos estupidamente, como morrem as flores baratas. Ela já não é nova, mas foi-o.
João Maria nasceu velho. Nunca está contente, nunca está aborrecido. É um homem alto, seco, louro que vive afogado na dúvida sacramental. Um homem à procura de asilo nos braços de uma mulher; um homem de anseios irracionais, atormentado por um síndrome característico da infância. Tenta a todo o custo fugir da história da sua própria história - uma solene e glacial farsa.
Embebidos nas suas infelicidades secretas, tem dias em que sentem um aperto no coração, uma vontade fina que lenta e insidiosamente se vai-se espalhando pelos seus peitos. Estão presos nas malhas da tristeza. Há um turbilhão de deboche no mar morto dos seus corações. Mas o prazer é perigoso. O dever sim, ainda é tranquilizador. Há um modo a observar em cada família, basta consulta-lo, ilustrar-se a seu respeito e seguir o sulco cavado pela história ancestral.
There's no such thing as a cheap flower, my friend :)
ResponderEliminarThey're all (for) free, they don't belong to us, the same way we don't own animals/pets, or... people.
Mas, sim, o prazer é perigoso :)
Agora eu era a heroína
ResponderEliminarE o meu alazão só falava inglês
A noiva do Rei Leão
Era eu
Além das outras três…
E você era o todo-poderoso
Que me quis coroar
Tão fantasioso de se admirar
Que anda nu pelo meu país…
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