O Senhor Impontual, um homem vencido pela contemplação e que nunca gostou de páthos, que sabe que todas as honras e as palavras elogiosas com que nos cobrem não passam de palha e que o que permanece é a voz destituida de ambiguidade, esperteza ou ironia, a voz herdada dos tempos vividos. Essa é a voz autêntica. Os disfarces e os artifícios não passam, afinal, de uma roupagem provavelmente necessária para cativar o ouvido, mas não são o essencial. O essencial grava-se no corpo e não na memória. As células do corpo lembram-se melhor do que a memória que foi feita para recordar. O Senhor Impontual gosta da contemplação porque esta não o sujeita a qualquer geografia estática. Mais ainda: permite-lhe alargar os seus limites ou elevar o objecto às alturas. Sem que para tal tenha de dizer uma única palavra.
O Senhor Impontual esta manhã rompeu o confinamento e foi olhar o mar de perto. Era um mar plúmbeo, agitado, coberto de nuvens grávidas. Tão bonito, tão azul...
Eu sou pela desobediência responsável:)
ResponderEliminarVer o mar cabe nessa minha categoria...
~CC~
Valha-nos essa virtude original. Eu nao disse pecado,CC. :)
EliminarSendo-me permitida opinião, fez o senhor Impontual muito bem:).
ResponderEliminarObrigado por compreender, Bea. :)
EliminarAi que saudade tenho eu do mar e dessa contemplação.
ResponderEliminarBom dia, sô Impontual
"uma mulher livre, sempre gostará do mar".
EliminarJa sabe que quem diz uma mulher, diz um homem. :)
Olhar o mar, o céu, as árvores, as montanhas... acho nesses momentos, nos esquecemos do vírus, da quarentena, de tudo. E surgem textos assim.
ResponderEliminarQuanto Às honras, já ouvi dizer que as mesmas mãos que nos aplaudem, um dia podem nos atirar pedras.
Tem razão Bailune. As palavras são umas impostoras.
EliminarObrigado por ter vindo.
Um silêncio contemplativo apenas irrompido pela fúria das ondas, gosto!
ResponderEliminarBoa tarde, Impontual :)
Tem razão, querida Perséfone. Umas vezes somos lago sereno outras mar revolto. Por vezws portos inseguros. :)
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