Não faço a mínima ideia como vim aqui parar, mas... de certeza que fui raptado. Certamente encontrava-me num bar da costa norte, a beber uma cerveja que foi adulterada, e, tendo mergulhado numa letargia provocada pelas drogas, fui atirado por uma tábua rasa falsa do soalho para um barco a remos que me aguardava. Daí, fui levado, no meio da noite mais escura, para um veleiro muito rápido que me esperava ao largo, os honorários trocados, e despertei no meio do oceano banhado pelo sol, para me aperceber de que estava a ser levado para sul como parte da tripulação corsária. A Capitã estava a gritar as suas ordens para o vento predominante e as tripulantes, com os cabelos presos em rabos-de-cavalo e com os braços tatuados, estavam a arrastar os pés ao meu lado, de olhos cravados no novo colega. Uma viagem para trás, na direcção daquele rio suturado pelas malhas apertadas das suas margens, pela fosca luz ribeirinha, sem pitada de sal. Por outras palavras, havia sido embriagado e obrigado a embarcar como marinheiro-manobra, enquanto me encontrava inconsciente.
Mas, antes isto que o intolerável Lago Tanganica.
Mas, antes isto que o intolerável Lago Tanganica.