quarta-feira, 18 de novembro de 2020
Elegia da derrota
sábado, 14 de novembro de 2020
Rompi o recolher obrigatório
quinta-feira, 12 de novembro de 2020
Breve interrupção, só para tentar perceber o mundo e os seus habitantes
terça-feira, 10 de novembro de 2020
Oh! O deslumbramento depois da angústia!
segunda-feira, 9 de novembro de 2020
Isabel e as águas de Novembro
quinta-feira, 5 de novembro de 2020
Díptico
Importa tomar o rumo de outras tentações. As tentações e os pecados não determinam apenas os caminhos da carne e é essa a felicidade de um homem. Quando peca, liberta-se: da estupidez, dos demónios. Torna-se simples e puro. A luz não provém da luz, provém das trevas.
terça-feira, 3 de novembro de 2020
Sem foto de pouco vale, mas...
domingo, 1 de novembro de 2020
Fiéis defuntos
sexta-feira, 30 de outubro de 2020
Virgínia
terça-feira, 27 de outubro de 2020
Champions League
Ela pediu um café com leite e deu conta dele com pequenos goles, até ficarem no fundo as marcas castanhas e o açúcar por dissolver, que é o que agora remexe enquanto fala com ele. Tem o queixo apoiado na outra mão, com o braço perpendicular à mesa, e o fino cachecol, que na rua enrolava com três voltas, cai-lhe agora pelos ombros como um adepto de futebol colocaria o seu para mostrar o símbolo do seu clube. Tem a gabardina aberta e os três botões superiores da camisa desapertados. Vê-se-lhe o pesponto do soutien a rebentar pelas costuras e ele sente vontade de mergulhar a cabeça nele, para afastar a tempestuosa conversa que se avizinha, mas com a mesa pelo meio optou por passar-lhe a mão pela mão. Jogada de antologia. A valer três pontos preciosos.
sábado, 24 de outubro de 2020
Creme Brulée
quarta-feira, 21 de outubro de 2020
Poltrona de Orelhas
Chega a ser... não direi humilhação, mas uma intromissão que nos oiçam a música da nossa vida.
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
A máscara e o mascarado
É ridículo ser um ser que foge. Alguém que tenta esquecer, mas que não sabe o que fazer com a recordação. Alguém que se furta e esconde e do seu esconderijo observa e engana, que desconfia, que recorre a miragens, alguém tão incoerente ou tão frágil o suficiente para se entregar aos dias deixando-os passar. Alguém que não sabe como enfrentar a vida e tão estúpido ou tão inconsciente o suficiente para não se sentir derrotado. Alguém a quem não falta a esperança, mas incapaz de a construir por si mesmo, alguém que prefere esperar apesar das incertezas da espera, alguém que confia que se encontrem as soluções sem a sua intervenção. Alguém que sente medo. A quem atemoriza a passagem do tempo, mas que permite que ele decorra vazio. Alguém incapaz de se esquecer de si mesmo, e suficientemente fátuo para se deleitar com a temeridade.
É ridícula esta inata catarse aristotélica da teatralidade da limitação e do renascimento, da máscara e do mascarado.
Mas...quid faciemus?