quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Procrastinação

Continua a haver um ínfimo momento naquela música do Fausto, “Foi por ela", em que o desejo assume um determinado contorno, ganha forma e odor, voz e vida própria. Há um trecho de história que continua a acontecer ali naquele instante, naquela fracção de segundo e que eu sei perfeitamente qual é porque continuo a apanha-lo num voo planado, capto-o num movimento pendular e porque dele me continuo a escapar numa estúpida, por vezes absurda, diria mesmo irracional miscelânea de amarga e doce saudade. Só que depois o sol, esse, até nem me faz falta.

4 comentários:

  1. Como se isso pudesse ser verdade, o sol não lhe fazer falta!
    Desculpe, mas, não acredito ou não quero acreditar!

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  2. Que lindo isto que escreveu, Impontual!
    Adoro o Fausto e a as belas composições, especialmente esta:

    "Foi por ela que me enfeito de agasalhos
    em vez daquela manga curta colorida
    se vais sair, minha nação, nos cabeçalhos
    ainda a tiritar de frio acometida
    mas o calor que gera plantas também farta
    e esvai-se o tropical sentido na lapela
    foi por ela que eu vesti fato e gravata
    que o sol até nem me faz falta… foi por ela

    Feliz fim-de-semana iluminado e quente.

    (sem blazer nem fato e gravata, de preferência, mas vá, saia...a Nação precisa deixar de tiritar)

    Um abraço! :)

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  3. é das minhas canções portuguesas favoritas de sempre.

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