Palomar
O Senhor Impontual perscruta o horizonte e pensa: se calhar, outrora, tudo se fazia de acordo com as estações, e as pessoas apresentavam-se duas vezes por dia para verem aparecer e desaparecer o astro-rei. Qualquer homem era todos os homens: uma vontade livre, um dever coordenado pelo seu entendimento do bem e do mal. Hoje, as coisas extinguem-se ou transformam-se rapidamente, apenas persiste a luzinha da lamparina, que derrama um pouco de quê?, um pouco de vida, talvez, ou um sinal oscilante e trémulo. Hoje entre presságios e riscos ouvem-se profetas benévolos, piedosos, demoníacos, coléricos e soberbos que afirmam ter sido o nosso destino selado na terra tal qual a vemos. O homem é o rei de todos os deuses. Os olhos e a voz são a sua força. Às vezes acontece ao Senhor Impontual rir como se estivesse só: um riso retraído.
Olá:- Rir acalma a mente e sossega o coração. Faz-nos bem rir mesmo que seja...um riso irónico.
ResponderEliminar.
Abraço poético
Não rir seria estupido de mais.
EliminarUm abraço.
Esta imagem levou-me para perto do Portinho da Arrábida.
ResponderEliminarRetraído, isso é que não Impontual :)
Para muito perto mesmo.
EliminarUm abraço, Caríssima Perséfone.
Parece, no ponto em que estamos, haver razão para um riso retraído do senhor impontual como de outras muitas entidades conhecidas e desconhecidas. Se acaso quiserem ou lhes apeteça rir.
ResponderEliminarBoa tarde
Cara bea,
EliminarO Comediante actua em contínuo, mas o publico está demasiado assustado para rir.
Boa noite.
O Senhor Impontual, sendo pontual em seus pensamentos.
ResponderEliminarBelo texto
O Senhor Impontual está, como sempre, afogado nos seus pensamentos. E falando só, rindo só...
EliminarObrigado.