Estes homens e estas mulheres, mensageiros de outros homens e de outras mulheres, falam e comunicam, nomeiam as estrelas e as figuras do céu, dizem aos outros homens e às outras mulheres, amamos-vos e ensinar-vos-emos a viver ensinando-vos como curar as maleitas, escutando e transcrevendo o que dizem os vossos gritos e as vossas falas. Ensinar-vos-emos a tornar-vos amigos do mundo para não serdes estrangeiros nele, a sonhá-lo, a sulcá-lo, a usá-lo. Estes homens e estas mulheres derramam a palavra, como um pólen abandonado ao vento, para transmitirem as histórias apreendidas com o refluxo do mar e com o fluxo da névoa, as histórias e lendas do mundo e da vida quando a noite distribui por cada um a sua solidão, o medo e o susto, e redobra o sentimento que todos conhecem - a inquietude.
Estes homens e estas mulheres são uns anjos. Uns anjos da guarda. Com o consentimento dos céus.