quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Grau Zero

Há dias em que, em vez de se abrir um jornal, bom era entrar-se num estado de ausência absoluta. Pender para a aproximação a um sifão misterioso que nos aspirasse para um outro mundo, território de menos angústias, campo aberto a outras euforias desmedidas, barco sem amarras arrastado por uma corrente invisível, a derivar insensivelmente para o largo. Aprendendo-se assim a evitar todas as formas interrogativas e a articular frases e semblantes que não exigissem nem inspirassem nenhuma explicação, nenhuma justificação, nenhuma continuação.

6 comentários:

  1. Quando tudo em volta se tornou tão feio, tão horrendo, sobrará apenas uma palavra - morte - e morte por morte, que se morra a tentar, viver

    :=((

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    1. Noname: "morrer a tentar viver" apesar de toda a nobreza que encerra, magoa demais.

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  2. Caríssimo Impontual, quando descobrires o sifão dá-me coordenadas.

    Noname infelizmente são muitos. Muitos a morrer a tentar viver.

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  3. Apetece, de facto, fugir!

    Beijos, Impontual :)

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