segunda-feira, 9 de março de 2020

Diário de Treviso, onde Cagnano se encontra com Sile



Lá fora, um ar frio e húmido que flutua em tons acinzentados. Do lado de dentro da noite, pendurados no cabide, os despojos da pandemia que se mesclam com os diferentes cheiros do dia: as grosserias dos convivas de trabalho, as suas diligências e a incompreensível tagarelice, os transportes, os transeuntes, a cidade, o mundo, a televisão e os seus resíduos - tudo colado à roupa como uma película aderente. Na verdade também lá estão impregnados os temores e os medos do que se não fala, mas que se podem perfeitamente agarrar com as mãos.
Isto está feio.

4 comentários:

  1. Regressa, em Abril/Maio, precisamos de ti num almoço :D

    Tenho um post parecido, que segue já, dedicado a ti e aos teus, mas com uma diferença: isto ainda está 'calmo'.

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  2. P.S. - Não compreendo por que razão não está aqui mais gente a almoçar contigo... :*

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  3. Quaisquer que sejam os encontros, entre rios ou pessoas, o Mundo não está para facilidades, sobretudo aí, no Norte de Itália. Isto está feio, sim.

    “É dali que das águas o excedente
    Que ter em si não pode, o lago brota
    Em rio e cobre os prados largamente

    Quando prossegue, outro apelido adopta
    Chama-se Míncio, perde o nome antigo
    No Pó junto a Governol, finda sua rota

    No Verão à saúde traz perigo;
    Em vasto plaino o álveo dilatando
    Forma paul, das infecções amigo”


    Cuide-se, caro I.

    Un abbraccio. :)




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  4. Amore mio!

    https://ruadaindia.blogspot.com/2020/03/amore-mio.html

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