Ela pediu um café com leite e deu conta dele com pequenos goles, até ficarem no fundo as marcas castanhas e o açúcar por dissolver, que é o que agora remexe enquanto fala com ele. Tem o queixo apoiado na outra mão, com o braço perpendicular à mesa, e o fino cachecol, que na rua enrolava com três voltas, cai-lhe agora pelos ombros como um adepto de futebol colocaria o seu para mostrar o símbolo do seu clube. Tem a gabardina aberta e os três botões superiores da camisa desapertados. Vê-se-lhe o pesponto do soutien a rebentar pelas costuras e ele sente vontade de mergulhar a cabeça nele, para afastar a tempestuosa conversa que se avizinha, mas com a mesa pelo meio optou por passar-lhe a mão pela mão. Jogada de antologia. A valer três pontos preciosos.
Ou por outras palavras... "sabe-la toda"...!
ResponderEliminarEssa da "jogada de antologia" é que foi um belo drible com as palavras!
Beijinhos esféricos
(^^)
Clara, a Liga dos Campeões só se pode disputar com jogadas de antologia.
EliminarBeijo e abraço
Lindo texto!
ResponderEliminarObrigado, Bailune.
EliminarMão na bola resulta em grande penalidade.
ResponderEliminarNo futebol, como na vida, as penalidades evitam-se. :)
EliminarExacto! Na pior das hipóteses chuta-se para canto!
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